Uma cápsula contendo amostras de asteroide foi liberada da espaçonave OSIRIS-Rex da NASA e caiu em segurança no deserto de Utah na manhã de domingo (24), às 8h52 no horário local (11h52 em Brasília). É a maior amostra de solo já coletada da superfície de um asteroide, e a expectativa dos cientistas é que essas 250 gramas de Bennu deem pistas de como o nosso planeta se tornou habitável.
Após uma viagem de ida e volta de sete anos ao pequeno corpo celeste que faz parte dos chamados asteroides próximos à Terra (NEAs), a espaçonave americana percorreu 6,21 bilhões de quilômetros para fazer a coleta de rochas e poeira. Além de ser a primeira da espécie feita pela NASA, abre "uma janela para a época em que o Sol e os planetas se formavam", diz a agência.
Na transmissão ao vivo do histórico evento, divulgada na rede social X, o comentarista oficial anuncia "Aterrissagem da cápsula de retorno de amostra Osiris-Rex!", enquanto os membros da missão aplaudem efusivamente em um centro de controle próximo. Após ter sua velocidade de entrada desacelerada por dois paraquedas, a cápsula do tamanho de um pneu pousou com o nariz para baixo no chão arenoso do deserto.
A longa viagem da OSIRIS-REx
Lançada no dia 8 de setembro de 2016, a OSIRIS-Rex (acrônimo em inglês para Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos, Segurança e Explorador de Regolitos), aterrou em Bennu, em 3 de dezembro de 2018, afundando surpreendentemente no solo, supostamente compacto, como se estivesse em uma piscina de bolinhas infantil.
Após fazer o seu delivery a 108 mil quilômetros de altitude, a espaçonave religou seus motores, alterou seu curso para longe da Terra, dessa vez para um encontro marcado com o asteroide Apophis. Com 370 metros de diâmetro, esse objeto espacial tem uma probabilidade ínfima (uma em 2,7 mil) de colidir com nosso planeta após 2182.
Qual a importância das amostras de asteroide?
Cientistas da NASA começaram a estudar as amostras em uma "sala limpa".Fonte: NASA/X
Por incrível que pareça, um dos momentos mais críticos da missão atual ocorreu durante uma hora e meia em que a cápsula foi transportada de helicóptero, do deserto até a "sala limpa" montada em um hangar no campo de treinamento.
Isso porque colocar as amostras sob uma "purga de nitrogênio", como os cientistas a chamam, é fundamental para que um fluxo contínuo do gás no recipiente impeça a entrada de qualquer tipo de contaminante terrestre.
Os cientistas estimam que Bennu, um asteroide com 500 metros de diâmetro, seja rico em carbono e moléculas de água presas em minerais, os principais "ingredientes" da vida na Terra. Portanto, estudar essas amostras é conhecer "a nossa própria história de origem”, diz a NASA.
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