Município também mantém mais de 25 mil MEIs, que são pequenos empreendedores ou autônomos que regularizaram seus pequenos negócios
São Carlos mantém um estoque de 86.664 empregos formais, ou seja, com carteira assinada e acesso a todos os direitos previstos na Constituição Federal e na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), como férias, 13º salário e FGTS e seguro desemprego, entre outros. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados ontem através do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
O setor industrial, apesar de toda a crise que enfrentou e enfrenta, ainda tem muita força na economia são-carlense, respondendo com 21.855 empregos do estoque de postos de trabalho e perdendo apenas em volume de empregos para o setor de serviços. “São Carlos tem uma história de desenvolvimento com o setor industrial desempenhando um papel muito importante, logo é de se esperar que esse setor ainda seja um importante gerador de emprego e renda em nosso município”, explica e economista Paulo Cereda.
Segundo ele, outras cidades da região também têm essa característica, com a indústria ocupado o segundo lugar como maior gerador de empregos. “O peso do setor varia um pouco conforme as cadeias produtivas instaladas sejam mais intensa em mão de obra ou mais intensa na automação”, destaca ele.
Cereda avalia que o segmento de serviços é predominante em praticamente todas as cidades. Em São Carlos, este segmento praticamente gera o número de empregos de comércio e indústria somados, somando 41.948 vagas mantidas. “O setor de serviços é o principal empregador na grande maioria dos municípios do estado de São Paulo, isso devido a característica de elevada incidência de mão de obra em todas as empresas desse setor. São Carlos tem características típicas com a presença de duas grandes instituições públicas de ensino superior e uma privada, atraindo um volume de estudantes maior que a população de muitos municípios paulistas”, reflete ele.
Segundo o economista, essa população estudantil demanda muito da estrutura de serviços e comercio, trazendo a geração de negócios e consequentemente de empregos. “Por ser intenso em mão de obra, qualquer melhora na economia acaba gerando empregos mais rapidamente no setor de serviços. Outra característica é que um número grande de empresas de base tecnológica se encontra na oferta de soluções por aplicativo, entregas, intermediações de negócios, setor financeiro entre outros tantos”, diz Cereda.
Como São Carlos tem 250 mil habitantes, praticamente um terço desta população está formalmente empregada. O economista avalia que esse número também acompanha a maioria das cidades do estado de São Paulo, ou seja, São Carlos está na média comparado a outras cidades. “Seria aqui necessário outras comparações e informações para responder essa pergunta, mas sem dúvida a população ocupada com empregos formais está abaixo da necessidade de geração de postos de trabalho não só aqui, mais em todo o Brasil. A tecnologia tem impacto importante na substituição da força de trabalho humano nas cadeias de valores e o quanto isso ainda vai mudar é de difícil previsão”.
Quanto aos pequenos empreendedores, que muitas vezes contemplam os antigos autônomos ou mesmo trabalhadores que saíram do mercado te trabalho e decidiram empreender. O número de MEIs registrado no Portal do Empreendedor (25.000) chega a 10% da população de São Carlos e quase um terço dos empregos formais. “Também está dentro da média da maioria dos municípios paulistas. Esse número de MEIs formalizados flutuam conforme o mercado de trabalho formal cresce ou diminui, acompanhando o empreendedorismo por necessidade”, conclui Cereda.
Fonte:-Jornal Primeira Pagina