A estimulação cerebral profunda adaptativa (aDBS) é uma técnica nova que utiliza um marcapasso e inteligência artificial (IA) para diminuir tremores e outros sintomas da doença de Parkinson. Esperança para aproximadamente 4 milhões de pessoas no mundo!
Os resultados, recém publicados na Nature Medicine, indicam um futuro promissor contra a enfermidade. A aDBS é uma melhoria da estimulação cerebral profunda (DBS), um tratamento convencional muito usado em casos da doença.
A novidade fica por conta de eletrodos finos que obtêm dados diretamente do cérebro de uma pessoa e a partir de uma IA, ajusta o nível de estimulação que o paciente precisa. Assim, os estímulos acompanham em tempo real as necessidades do usuário e são liberados só quando necessários. Quatro pessoas já passaram pelos testes e todas apresentaram melhora de até 50% dos sintomas.
Como é hoje?
O primeiro tratamento muito usado contra a enfermidade é a partir da levodopa, que substitui a dopamina. Mas nem tudo são flores e os efeitos colaterais incluem discinesia e movimentos descontrolados.
Já a estimulação cerebral profunda é aplicada em casos mais graves. Ela ajuda a controlar as flutuações da quantidade do medicamento no organismo do paciente ao longo do dia.
Assim, com eletrodos em locais estratégicos do cérebro, é possível controlar essas taxas de maneira mais precisa.. Ainda assim, desalinhamentos podem ocorrer e levar ao desequilíbrio dos sintomas.
Novo tratamento
Mas a estimulação cerebral profunda adaptativa vem para modificar esse cenário.
“Ao ajudar a controlar os sintomas residuais sem agravar outros, o DBS adaptativo tem o potencial de melhorar a qualidade de vida de algumas pessoas que vivem com a doença de Parkinson”, explicou Megan Frankowski, diretora do programa Brain Research Through Advancing Innovative Neurotechnologies® Initiative do National Institutes of Health, em Nova Iorque, Estados Unidos.
A novidade no aBDS é a capacidade que o dispositivo tem de prever e entender qual a intensidade do tratamento que o usuário precisa naquele momento. Assim, é possível evitar movimentos indesejáveis.
Para confirmar a eficácia do dispositivo, os pesquisadores treinaram algoritmos do aDBS por vários meses.
Melhoria dos sintomas
Com o dispositivo treinado, 4 pacientes que receberam o implante foram enviados para casa.
A cada semana, eles alternavam entre a aDBS e DBS. Comparado com o DBS convencional, a nova técnica melhorou o sintoma mais incômodo de cada participante em aproximadamente 50%.
“Este estudo marca um grande passo à frente em direção ao desenvolvimento de um sistema DBS que se adapta ao que o paciente individual precisa em um dado momento”, disse Megan em comunicado à imprensa.
Desafios a serem superados
A descoberta é muito inovadora, mas ainda há desafios a serem superados.
Para funcionar, o dispositivo requer uma contribuição considerável de clínicos altamente treinados.
Já no futuro, o grupo quer implementar funcionalidades que façam o próprio dispositivo gerenciar a maior parte do trabalho.
Assim, visitas repetitivas às clínicas seriam evitadas.
Os eletrodos no cérebro dão feedback em tempo real e fazem os estímulos serem liberados apenas quando necessário. Foto: Laboratório Starr.
Fonte:-SNB