onsiderado o prêmio mais importante do país na área de pós-graduação, o Prêmio Capes coroa todos os anos uma tese em cada área do conhecimento. Na edição 2022, a melhor tese na área de Engenharia IV, que engloba todos os cursos de pós-graduação em Engenharia Elétrica e Engenharia Biomédica existentes no Brasil, tem como autor Augusto Martins, aluno do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.
A outorga da premiação foi publicada no Diário Oficial da União e comunicada à direção da EESC-USP pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no último dia 11 de agosto, Dia Nacional do Estudante. Automaticamente, a tese de Martins passa agora a concorrer ao Grande Prêmio Capes, que será outorgado para a melhor tese selecionada entre todas as vencedoras do Prêmio Capes nas áreas de Engenharias, Ciências Exatas e da Terra e Multidisciplinar (Biotecnologia, Ciências Ambientais, Ensino, Interdisciplinar e Materiais).
O Prêmio Capes de Tese reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com os seguintes critérios: originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
No comunicado da premiação à EESC-USP, a Capes destaca que a contribuição da tese “certamente será de extrema valia para o desenvolvimento e aprimoramento da área, bem como para o avanço da pós-graduação stricto sensu e do conhecimento científico de qualidade no Brasil”.
A tese de Martins, intitulada “Metassuperfícies para o controle da propagação da luz e aplicações em óptica difrativa”, foi defendida em 8 de março de 2021 e teve como orientador o professor Ben-Hur Viana Borges e como coorientador o professor Emiliano Rezende Martins.
“Este Prêmio CAPES é um reconhecimento importante à qualidade das pesquisas realizadas no Grupo de Metamateriais do Departamento de Engenharia Elétrica. Demonstra, principalmente, a excelência da pesquisa realizada pelo agora doutor Augusto Martins em sua brilhante trajetória desde a graduação neste Departamento. Gostaria também de ressaltar a coorientação do professor Emiliano Martins neste trabalho”, salientou o professor Ben-Hur Borges. Em 2008, outro aluno orientado pelo mesmo pesquisador também venceu o prêmio com tese defendida na EESC-USP.
“O tema da tese do Augusto Martins foi metassuperfícies, que são películas ultrafinas – tipicamente 1.000 vezes mais finas que um fio de cabelo – e nanoestruturadas, e que desempenham uma função ótica”, detalhou o professor Emiliano Rezende Martins. O coorientador do aluno acrescentou que o objetivo das metassuperfícies é substituir elementos óticos convencionais, que são grandes, pesados e caros, por películas ultrafinas. “Isso tem uma gama enorme de aplicações, como em lentes para celulares, endoscopia e ótica integrada, entre outras”, exemplificou o pesquisador.
O trabalho do aluno focou em dois tipos de metassuperfícies: meta-hologramas e metalentes. Em meta-hologramas, o grupo de pesquisa envolvido na EESC-USP foi um dos primeiros a desenvolver hologramas baseados em metassuperfícies de silício, que tem uma importância tecnológica significativa, uma vez que as técnicas de fabricação utilizando este material são as mais avançadas que existem. Essa parte do trabalho de Martins recebeu inclusive diversos destaques na imprensa nacional e internacional.
Já em metalentes, Martins desenvolveu uma lente com campo de visão altíssimo, que também recebeu novamente grande espaço na mídia no Brasil e exterior.
Augusto Martins lembra que o Prêmio Capes reconhece os trabalhos de doutorado mais relevantes dos últimos anos. “Esse prêmio promove visibilidade ao departamento e à Universidade envolvidos. Além disso, o reconhecimento do trabalho dos premiados é de suma importância, dados todos os desafios inerentes a uma pesquisa de qualidade. A carreira científica é alçada nos méritos adquiridos pelos cientistas, logo o Prêmio Capes contribui para que novas oportunidades sejam possíveis no futuro”, destaca o autor da tese premiada.
Além disso, segundo Martins, “a motivação é um requisito fundamental para que trabalhemos com qualidade e esse reconhecimento certamente contribui para que nós continuemos produzindo pesquisa de alto nível. O desenvolvimento científico e tecnológico é um dos pilares essenciais para o crescimento de um país. Sendo assim, reconhecer o trabalho realizado pelos pesquisadores é fundamental para promover isso”.
Fonte:-São Carlos em Rede