Com o objetivo de otimizar ações voltadas à permanência de estudantes na Instituição, a UFSCar lançou recentemente dois novos editais de bolsas para integrantes do Programa de Assistência Estudantil. As ações inéditas visam também fomentar a criação de vínculo dos discentes com a UFSCar, o que contribui para uma melhor qualidade de vida.
Um dos editais foi publicado pelo Programa de Agentes Comunitários Universitários de Promoção de Inclusão e Acessibilidade, criado recentemente pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE) com o apoio da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE). São 20 bolsas de R$ 300 mensais por 10 meses para estudantes de graduação da modalidade presencial desempenharem atividades relativas à facilitação do acesso e à inserção de pessoas com deficiência (PcD) no cotidiano universitário. O período de inscrição termina no próximo dia 26 de setembro. Pessoas interessadas devem preencher o formulário online disponível em https://forms.gle/PqcvEjj5rP6y2yaq6.
A outra novidade é um edital promovido pelo Departamento de Esporte (DeEsp) do Campus São Carlos, com inscrições já encerradas. Está em andamento o processo de seleção de cinco estudantes para atuarem no atendimento ao público, na reserva de quadras e demais espaços esportivos, no controle e empréstimos de materiais, além de colaborarem com a gestão dos espaços. As bolsas, no valor de R$ 200, serão concedidas por seis meses, por meio do Programa de Apoio às Práticas Esportivas e de Lazer (PAPEL).
Nas duas iniciativas, os critérios de seleção levam em conta a Política de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar. “A partir do engajamento dos estudantes em propostas como estas, é possível estimular a criação de vínculo com a Universidade, o que colabora para uma permanência saudável. Dessa forma, melhoramos o bem-estar tanto de quem operacionaliza o projeto como também daquelas pessoas que serão atingidas direta ou indiretamente pelos resultados da execução dessas iniciativas”, avalia Djalma Ribeiro Junior, Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis da UFSCar.
Assistência estudantil
Atualmente, o Programa de Assistência Estudantil da UFSCar – que acaba de completar 15 anos – atende 2.240 estudantes, cuja renda familiar é de até um salário-mínimo. Desse total, 930 pessoas ingressaram em 2022. Por meio do Programa, são ofertadas bolsas que colaboram com a permanência dos estudantes na Universidade, voltadas para moradia, alimentação e transporte. “No caso da Bolsa Alimentação, os estudantes que integram o Programa de Assistência Estudantil podem almoçar e jantar gratuitamente em qualquer um dos quatro campi da UFSCar e, além disso, recebem um Auxílio Alimentação Emergencial de R$ 140 para custear o café-da-manhã”, explica o Pró-Reitor.
Também há três modalidades de Bolsa Moradia. São disponibilizadas vagas para estudantes dos campi São Carlos (em edifícios construídos dentro do próprio campus) e de Sorocaba (em vagas localizadas na cidade); é ofertada Bolsa Moradia em Espécie, de R$ 350 mensais, para pagamento de aluguel; e há a Bolsa Moradia Mãe/Pai, de R$ 550, para mães/pais de crianças com até 5 anos e 11 meses e que morem com os filhos no mesmo município onde estudam. Para mães/pais, também há a Bolsa Apoio Pré-Escolar, de R$ 408. Neste caso, estudantes com crianças de até 5 anos e 11 meses ou com filhos com algum tipo de deficiência de qualquer idade recebem ajuda no custeio de creches ou cuidadores.
“Todos os integrantes do Programa são acompanhados por assistentes sociais e também têm acesso aos serviços de atenção à saúde. A ProACE também lança editais por meio do Programa Institucional de Acolhimento e Incentivo à Permanência Estudantil (PIAPE) e oferta descontos em compras na Livraria da EdUFSCar. Em publicações da Editora, há 50% de desconto. Já em obras de outras editoras, o desconto é de 25%”, complementa o Pró-Reitor.
O orçamento para ações e estratégias de assistência e permanência estudantil está vinculado ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAEs). Porém, desde 2016, as verbas vêm sofrendo cortes sistemáticos, o que tem prejudicado bastante a continuidade de algumas ações e o aperfeiçoamento destas iniciativas. De 2019 para 2021, mais de R$ 2 milhões foram cortados. “Neste ano, houve uma recomposição de R$ 1,8 milhão, mas mesmo assim não revertemos os cortes feitos e o valor não se iguala ao orçamento anterior a 2019. Somado a isso, houve um empobrecimento da sociedade durante a pandemia de Covid-19. Isto tem dificultado bastante a continuidade das ações, mas estamos conseguindo manter esse público de até um salário-mínimo de renda per capita atendido”, afirma Ribeiro Júnior.
O Pró-Reitor explica que, como os recursos do PNAEs nunca foram suficientes para garantir a plenitude das estratégias de assistência e permanência estudantil, sempre houve a necessidade de complementá-los com verbas de outras fontes. Desde 2021, por exemplo, por meio do Programa de Captação de Recursos para Investimento em Equidade (CRIE), a UFSCar tem recebido doações de pessoas e empresas. Com a contribuição, tem sido possível promover ações emergenciais e pontuais, como, por exemplo, concessão de Auxílio de Inclusão e Acessibilidade para pessoas com deficiência, Auxílio Emergencial de Saúde para estudantes que fazem parte do Programa de Assistência Estudantil da UFSCar, compras de materiais para as moradias, apoio para participação em eventos científicos, dentre outras. Qualquer pessoa pode colaborar com doações a partir de R$ 10 pelo PIX crie@fai.ufscar.br.
Outra fonte de recurso tem sido o Programa de Desenvolvimento Institucional (ProDIn) de Enfrentamento à Covid-19. Com esse investimento, já foi possível fomentar a inclusão digital de estudantes indígenas. Essas fontes de recursos complementares estão vinculadas à Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar. Além disso, a Universidade foi beneficiada com uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão. “Esse recurso tem sido fundamental para que seja possível incluir todos os estudantes com renda per capita de até um salário-mínimo no Programa de Assistência Estudantil da UFSCar”, destaca Ribeiro Júnior. “Temos conseguido construir, manter e aprimorar as políticas de assistência, mas queremos promover outras ações no campo da cultura, do esporte, do lazer, das atividades artísticas e de cidadania, iniciativas focadas no fortalecimento do vínculo desses estudantes com a Universidade”, conclui o Pró-Reitor.
Fonte:-São Carlos em Rede