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O livro de um professor de Harvard que explica por que os humanos não foram feitos para correr, mas para sentar
Saude
Publicado em 04/02/2024

A cultura do esporte e da vida fitness permeia cada vez mais nossas vidas, a tal ponto que não praticar algum tipo de esporte ou exercício é visto com "olhos tortos" pela sociedade. No entanto, Daniel E. Lieberman analisa e desmonta o mito de que uma vida saudável se baseia em exercícios contínuos ao longo do tempo. Esta não é uma opinião superficial ou desinformada, já que ele é professor de Biologia Evolutiva e professor da Universidade de Harvard.

Através do seu livro ‘Exercised’, Lieberman explica "Por que algo que nunca fomos evoluídos para fazer é saudável e recompensador?" - que é justamente o subtítulo do livro. Vale ressaltar que, apesar de tudo, em nenhum momento ele defende o sedentarismo, mas sim que não devemos demonizar o ato de sentar e nem levar o exercício físico ao fanatismo.

Segundo Lieberman, o ser humano não foi feito para praticar esportes, e não há evidências científicas que sustentem o contrário. Do ponto de vista científico, o exercício é uma atividade estranha ao nosso corpo. Todavia, o autor considera que o exercício traz enormes benefícios para a saúde, mas é importante praticar sempre numa perspectiva de moderação - sem exageros.

Muitas pessoas em todo o mundo se esforçam para fazer o máximo de exercícios possível. Então se você quer uma vida saudável, mas sem querer entrar eu um ritmo alucinado de treinos, talvez você encontre um pouco de tranquilidade ao ler que este professor apresenta argumentos para tentar regular da melhor maneira a sessões de exercícios.

 

Os humanos não foram feitos para correr: é o que afirma um professor de Harvard (Imagem: Miguel A Amutio/Unsplash) A evolução não nos fez correr

Entre as páginas do 'Exercided' mantém-se a tese de que a evolução não nos fez correr. Pelo contrário, somos feitos para caminhar e, acima de tudo, para sentar. Lieberman garante que, historicamente, a humanidade se desenvolveu em ambientes onde não era necessário ficar em pé por longos períodos de tempo, aproveitando para passar o tempo sentado ou deitado enquanto contava histórias ou fazia trabalhos manuais.

 

Apesar disso, quando chegasse a hora, nossos ancestrais podiam viajar mais de 12 quilômetros por dia para conseguir comida, por meio da caça ou da coleta. É por isso que Lieberman acredita que não é necessário punir uma atividade humana (como sentar-se) de forma tão severa. Em vez disso, propõe promover formas mais saudáveis ​de sentar, tendo o cuidado de não passar mais de 45 minutos seguidos sentados.

A dissertação em ‘Exercised’ também aponta que temos um instinto inato para economizar energia. De acordo com Lieberman, “em comparação com outros mamíferos, os humanos podem ter evoluído para serem especialmente relutantes em fazer exercícios”. Isso tem uma explicação aparentemente simples, mas é de natureza complexa: o metabolismo basal.

Funções vitais que drenam nossa energia

O metabolismo basal refere-se à quantidade mínima de energia que o corpo necessita para manter as funções vitais em repouso ao longo de 24 horas, ou seja, em total inatividade física e mental. Regular a circulação sanguínea e regular a temperatura corporal representa a maior parte do gasto energético diário, com aproximadamente 60% a 75% da energia total utilizada pelo corpo.

Além disso, o próprio cérebro consome entre 20% e 25% da energia necessária para o metabolismo basal. Segundo informações de Lieberman, uma pessoa de 82 quilos gasta cerca de 1.700 calorias mesmo passando o dia inteiro em repouso. Em 'Exercised', Lieberman detalha a relação entre esporte, saúde e doença. Ele também explica porque é mais fácil para o nosso corpo caminhar do que correr, realizando sessões desportivas que não nos levam ao limite.

O autor apoia certos esquemas bem conhecidos para se manter ativo, como por exemplo dar pelo menos 10 mil passos por dia - embora um estudo da The Lancet tenha informado que o ideal é entre 3 e 7 mil. O livro ‘Exercised’, de Daniel Liebermanestá disponível na Amazon em formatos de capa dura, capa comum, audiolivro e kindle.

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