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Quem é e o que pensa Antônio Oliveira, técnico português na mira do Corinthians
Esporte
Publicado em 07/02/2024

Contratação foi acertada pelo diretor executivo Fabinho Soldado, que divide com o diretor de futebol Rubens Gomes, a tarefa de reforçar

Um dia depois de demitir Mano Menezes, o Corinthians sondou técnicos de diferentes estilos e pensamentos até chegar ao nome de António Oliveira. O clube acertou suas condições com o português de 41 anos e pagará R$ 1,1 milhão ao Cuiabá para tirá-lo do time do Mato Grosso.

A contratação foi acertada pelo diretor executivo Fabinho Soldado, que divide com o diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, a tarefa de reforçar o elenco. Soldado é próximo do advogado do treinador, Bruno Macedo.

CARREIRA DE ANTÓNIO OLIVEIRA

Natural de Lisboa, António Oliveira foi zagueiro cuja maior parte da carreira construiu em Portugal. Depois que se aposentou, passou a estudar e se tornou auxiliar técnico, com passagens por centros periféricos do futebol, como Eslovênia, Kwait e Irã.

O português conhece bem o futebol brasileiro, já que trabalha no País desde 2020, quando chegou para ser auxiliar de Jesualdo Ferreira no Santos. No mesmo ano, também foi auxiliar no Athletico-PR, que decidiu, meses depois, dar a sua primeira oportunidade como técnico.

Oliveira teve certo destaque no Athletico-PR, mas decidiu pedir demissão em setembro de 2021, após a eliminação na semifinal do Campeonato Paranaense, concluindo um trabalho curto, de cinco meses. Em janeiro de 2022, Oliveira decidiu retornar à sua terra natal para treinar o Benfica B, do qual saiu depois de apenas 18 jogos.

O único clube que o profissional comandou mais de uma vez foi o Cuiabá. Sua primeira passagem começou em junho de 2022 e foi encerrada no fim daquele ano, depois que a equipe conseguiu permanecer na Série A. Seu desafio seguinte foi treinar o Coritiba, arquirrival do Athletico-PR. Foi mais um trabalho abreviado do técnico, dispensado em abril de 2023, após quatro meses.

Em maio do ano passado, Oliveira decidiu retornar ao Cuiabá com a mesma missão que tivera na primeira passagem: manter o time na elite do futebol brasileiro. A tarefa foi bem-sucedida e as expectativas, excedidas. Ele não só livrou o clube do Mato Grosso do rebaixamento como o levou à Sul-Americana, com campanha elogiável.

O Cuiabá emendou uma sequência invicta no meio do Brasileirão e terminou o torneio em 12º. O português foi eleito o melhor técnico do mês de julho da competição, em votação realizada pela CBF com jornalistas e influenciadores.

COMO JOGAM AS EQUIPES DE ANTÓNIO OLIVEIRA

O jovem treinador valoriza a posse e, diferentemente do mais bem-sucedido de seus compatriotas no Brasil, Abel Ferreira, gosta que sua equipe permaneça com a bola. “Há uma característica que eu gosto muito em minhas equipes que são as que gostam de ter a bola, gostam de jogar, que propõe o jogo””, detalhou Oliveira em entrevista à ESPN.

Ele afirmou não abrir mão de comandar times capazes de propor o jogo e com jogadores que tenham recursos. “Isso é inegociável para mim, apesar de ser evidente que gosto de equipes competitivas, que, independentemente das circunstâncias, joguem sempre para ganhar”, pontuou.

O português assumiu ser um aficionado pelo futebol, tanto que assiste a jogos até mesmo quando esteve desempregado ou em seus momentos de lazer. “Eu passo meus dias, praticamente todos, a não ser quando levo meus filhos à escola ou ao treino de futebol, vendo jogos de futebol”, contou. Sua família e o futebol, ele afirmou, são suas duas paixões. “Se meus filhos estão na escola, vejo o futebol”, admitiu.

Oliveira foi elogiado por alguns de seus atletas pela maneira como conduz os elencos que comandou. Deyverson, por exemplo, elegeu o português como o melhor técnico com quem já trabalhou. Foi sob o seu comando, que o burlesco jogador foi um dos atacantes mais efetivos do Brasileirão de 2023. Foram 12 gols do camisa 9, que se tornou o maior goleador do Cuiabá em uma edição da competição.

À ESPN, Oliveira afirmou que sua relação com os atletas costuma ser de “muito respeito” e “de grande honestidade”. “Não consigo esconder aquilo que sou, não consigo mascarar. Muitas vezes, nós percebemos que o treinador é um ator. Mas eu não consigo esconder minhas emoções e meus sentimentos. Digo aquilo que penso e, acima de tudo, olho para eles como um ser humano que tem uma família e que, muitas vezes transporta o que vem de fora para dentro.”

Antes de definir o substituto de Mano Menezes, dirigentes corintianos se reuniram com membros da Gaviões da Fiel, principal organizada ligada ao clube, que afirma, porém, que o encontro serviu “apenas para conversas sobre o momento do time de futebol masculino.”

O nome de Alex Stival, o Cuca, foi discutido e considerado pela diretoria, mas o treinador não foi procurado pelo clube, que afirmou que o comandante de 60 anos “não era visto como opção.”

Reportagem: Estadão Conteúdo

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