Espanha e a Comissão Europeia fizeram algumas concessões nas últimas semanas, mas os produtores alegam que as medidas são insuficientes
Reportagem: Estadão Conteúdo
Milhares de agricultores avançaram para o centro de Madrid, na Espanha, na quarta-feira (21), como parte dos protestos contra as políticas relacionadas à política agrícola da União Europeia (UE) que ocorrem em diversos países do bloco. Espanha e a Comissão Europeia fizeram algumas concessões nas últimas semanas, mas os produtores alegam que as medidas são insuficientes.
A manifestação desta quarta deve ser a maior na capital espanhola desde que os produtores rurais começaram a protestar há mais de duas semanas.
O grupo de sindicatos que reúne os produtores rurais afirmou que levaria 500 tratores e que transportaria milhares de agricultores para a concentração.
Além das políticas da UE, os eles alegam que uma lei destinada a garantir que os principais compradores de supermercados paguem preços justos por seus produtos no atacado não está sendo aplicada, enquanto os preços ao consumidor dispararam.
Mais protestos pela Europa
Na vizinha França, o maior produtor agrícola da UE, o governo também enfrenta pressão de agricultores, que realizaram manifestações desde o mês passado para exigir melhores salários e outras assistências.
Mais cedo, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, prometeu uma legislação para fortalecer a posição dos agricultores franceses em negociações comerciais com distribuidores. Ele também prometeu medidas para facilitar e baratear a contratação de trabalhadores sazonais.
O governo deve trabalhar, ainda, para proteger os agricultores das importações de frango, ovos, açúcar e cereais da Ucrânia, afirmou.
Já na Polônia, o governo expressou preocupação com os slogans pró-Putin nas manifestações dos produtores rurais.
O Ministério das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, afirmou que acredita que grupos extremistas estão tentando assumir o movimento dos agricultores, “talvez sob a influência de agentes russos”. “A situação atual dos agricultores poloneses é resultado da agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia e da perturbação da economia global, não porque os ucranianos estão se defendendo da agressão”, disse.
A promoção pública de um sistema totalitário pode ser punida com até três anos de prisão de acordo com a lei polonesa.
Fonte:-Estadão